A (r)evolução das mulheres - Mindy Mcginnis
A irmã mais velha de Alex foi cruelmente assassinada depois de ter sido vítima de estupro. Três anos se passaram e a violência ainda domina Alex, ela quer por fim a dor que sente e encontra um jeito de lidar com isso: qualquer predador sexual que atravessar o seu caminho terá o merecido.
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Quando peguei este livro pra ler, eu já sabia de sua premissa e criei uma certa expectativa. Porém, fui surpreendida pela forma como a autora resolveu contar essa história. Aqui nós temos três narradores, Alex, já descrita aí acima, Efepê - a filha do pastor - que convive com esse rótulo mesmo não tendo tantos problemas assim por ser quem é, e Jack, o garoto popular da escola, aquele que é cobiçado por todas as meninas.
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A autora decidiu mostrar um pouco do que acontece todos os dias. Garotas são vítimas de "brincadeiras", comentários maliciosos, assédio sexual, simbologias escrotas nas portas dos banheiros e corredores públicos e muito mais. Essa cultura já ficou irraizada e somos obrigados a lutar contra a maré todos os dias quando tentamos mudar nossas atitudes.
“Vivo em um mundo em que não ser molestada na infância é considerado ter sorte”
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Depois de ler, eu vi algumas discussões sobre este livro e confesso que algumas até me incomodaram bastante. Tinha gente falando que esperava mais sangue e mais ódio em um livro que já tem o suficiente. Alex é uma garota extremamente forte, mas ainda é vulnerável. Ela não se conforma com o direito do Estado de agir, principalmente quando ele é omisso, e tenta fazer justiça com as próprias mãos. Esse era o tipo de discussão que eu imagino que a autora quis provocar. Até onde devemos confiar no Estado? Se estivermos em um estado de natureza onde somos capazes de nos defender de qualquer ataque será melhor?
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Apesar dele não ter uma história fácil de ser digerida, ele é importante e merece muito destaque. Demorei bastante para conseguir me expressar sobre este livro, mas acho que consegui colocar aqui um pouco do que senti e sinto sempre que olho pra ele.
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